domingo, 27 de setembro de 2009

Estrela cadente

















Ela está sentada no banquinho branco, bem no canto do jardim.
É noite, e apesar de estarmos na primavera, a noite é fria.
Corre um vento cheio de intenções.
As flores sorriem e balançam como se dançassem.
A rua ainda está habitada, a lua no céu ilumina o jardim despretensiosamente.
Todas as noites é a mesma coisa, ela senta no jardim e põe-se a pensar na vida ,
no amor que tem dentro do peito e que transborda incessantemente.
Fecha os olhos para sentir melhor o toque do Zéfiro no rosto e nos cabelos,
solta um suspiro e chega a sentir o perfume de lavanda do incenso que queimou há horas na sala.
Sua alma vagueia alegremente como se quisesse desprender-se de seu corpo para alcançar o céu.
Tão absorta está que não percebe uma estrela cadente no céu.
Poderia ter feito um pedido ...

Nana Pereira

Um comentário:

  1. Nádia, que gostoso se sentir assim. Lí bem devagarinho para sentir bem a sensibilidade da poetisa. É muito lindo, né? Gostei da presença de espírito dessa frase:
    "Corre um vento cheio de intenções".
    Só a poetisa consegue explicar essas tão esperadas intenções. Que sejam boas! Beijos bem intencionados. Manoel.

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